O candidato ao Senado pelo PMDB, Wilson Santiago, está sendo acusado de aplicar um dos maiores golpes na Receita Federal. De acordo com o relatório fiscal do auditor Hamilton Sobral Guedes, o "rombo" é de R$ 34.491.920,27 (Trinta e quatro milhões, quatrocentos e noventa e um mil, novecentos e vinte reais e vinte sete centavos), valores de novembro de 2005. Com as devidas correções, este montante já pode ter ultrapassado os R$ 100 milhões.
Conforme documentos que a reportagem do portal PB Acontece teve acesso o procurador da Fazenda Nacional, Gustavo César de Figueiredo Porto, pediu o bloqueio dos bens das empresas pertencentes a Wilson Santiago, abertas em nome de parentes e funcionários do seu gabinete na Assembleia e Câmara Federal.
O Procurador acusa o candidato ao Senado do PMDB de ser, na realidade, o proprietário das empresas ADRINA IMOBILIÁRIO PROJETOS E CONSTRUÇÃO LTDA., CONSTRUÇÕES E INCORPORAÇÕES ADRINA LTDA., e TERRADRINA CONSTRUÇÕES LTDA., que têm como sócios seus cunhados, João de Sousa Brito e Terezinha Alves de Oliveira, conforme o item 13 da petição. Na sua petição, Gustavo afirma, o item 21, que a fiscalização identificou diversos depósitos bancários em favor do Sr. José Wilson Santiago, inclusive na conta corrente de sua candidatura, nas eleições de 2002.
Diz ainda, no item 36 de sua petição, que a empresa pertencente a Santiago "praticava o crime de nota calçada", ou seja: 10 % do valor realmente correspondente. No item 37, o procurador relata que a mesma situação foi verificada com a nota fiscal nº 00067, de 16 de julho de 2002, pagamento efetuado pela Semarh (Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Recursos Hídricos), órgão este pertencente ao Governo do Estado, no valor de R$ 1.288.416,23. E o mais grave é que Wilson Santiago exercia o mandato de deputado estadual.
Mesmo assim, suas empresas, através de interpostas pessoas, recebeu dinheiro do Estado, num escândalo que poderá ter repercussões em nível nacional, envolvendo, inclusive, os governantes que autorizaram o pagamento às empresas do parlamentar. No final de sua petição, o procurador da Receita Federal solicita à juíza da 5ª Vara da Seção Judiciária do Estado da Paraíba, "privativa de execuções fiscais" e a indisponibilidade dos bens do Sr. José Wilson Santiago e de todas as suas empresas. Conforme decisão judicial, determinada pela Juíza Federal Helena Delgado Fialho Moreira, os bens do Sr. José Wilson Santiago foram bloqueados.
Procurado esta manhã pela reportagem d’A PALAVRA, Santiago não atendeu às ligações do seu celular.
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